segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

IstoÉ homenageia o Judas Temer

Por José Augusto Camargo (Guto)

Uma festa com nobres convidados

A Editora Três e suas revistas, entre elas a valorosa IstoÉ – que tem se rivalizado com a Veja e a Época na missão de produzir as piores capas e reportagens nestes tempos de golpe – prestará mais um relevante serviço à causa conservadora.

No dia 6 de dezembro, no Citibank Hall São Paulo, uma famosa casa de shows paulista localizada na Avenida Nações Unidas nº 17 955, a empresa realizará o seu tradicional evento Brasileiro do Ano, que premia aqueles que, na visão da editora, foram as personalidades de mais destaque em suas áreas.

Em 2016 entre os homenageados estão nada mais nada menos que o trio de ferro: Sérgio Moro, Henrique Meirelles e Michel Temer. Com se não bastasse tem também o futuro prefeito João Dória.

Ou o presidente da empresa, Caco Alzugaray, é um humorista que gosta de acirrar contradições (pois o lema da editora é a sua alegada “independência editorial”) ou resolveu abertamente aderir ao golpe, sem subterfúgios.

A Editora Três passa por um processo de recuperação judicial, costumeiramente atrasa os salários dos trabalhadores, mantém um verdadeiro exército de jornalistas não contratados pela CLT (os famosos PJs – Pessoas Jurídicas), coleciona reclamações trabalhistas e denúncias de irregularidades no Ministério do Trabalho e tem um histórico de atraso no recolhimento do Fundo de Garantia dos empregados. No campo da informação, como suas irmãs do PIG, a Três ajuda a desacreditar o verdadeiro jornalismo.

Comentando a edição da Isto É que publicava a delação premiada do senador Delcídio Amaral, em março de 2016, o jornalista Kiko Nogueira escreveu que “Caco é amigo de Aécio”, e que a editora tem uma lista de “brothers” que são “intocáveis”, entre eles Temer. Veja aqui -http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-istoe-com-a-delacao-de-delcidio-sem-aecio-e-o-apice-da-industria-de-vazamentos-de-moro-por-kiko-nogueira/

Além desta possível amizade pessoal com os mentores do golpe e de questões ideológicas paira no ar uma certa dúvida se não haveria neste gesto também o interesse econômico em abocanhar as sobras do banquete publicitário.

De qualquer modo, resta saber se os ilustres homenageados se farão presentes, pois, apesar do local fechado, é sabido que Temer evita o contato popular e Moro só gosta de ir na bola certa. Por isso, a divulgação de tão importante ato está sendo feito praticamente na clandestinidade. Se o movimento popular resolver protestar em frente ao Citibank Hall a festa pode não ser tão brilhante como desejam os organizadores.

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