quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

A intervenção militar e a fazenda de Aloysio

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Em junho 2009, um caso de apreensão de entorpecentes surgiu e desapareceu de forma fulminante.

Aconteceu numa fazenda em Pontalinda, perto de São José do Rio Preto, interior de São Paulo.

Numa quinta feira de maio, a polícia encontrou um tambor de leite com 19 quilos de pasta base de cocaína, 515 gramas de crack e 13 cartuchos para pistola.

O dono das terras era o tucano Aloysio Nunes Ferreira Filho, então secretário da Casa Civil do governo de SP, hoje chanceler da República (sic).

Você sabe o quê derrubou a inflação?

Por Juliane Furno, no jornal Brasil de Fato:

“Recessão e desemprego derrubam inflação e devolvem o poder de compra aos brasileiros”. Essa frase, veiculada no Jornal da Globo News, surtiu ironias e piadas na internet em abril de 2017. Seria menos trágica se não fosse tão verdadeira. O problema do enunciado é a ausência de problematização política.

Inflação é um fenômeno econômico que decorre da “Lei da Oferta e da Procura”. Por exemplo, se na feira tem poucas pessoas que oferecem tomate e muitas pessoas que querem comprar, o seu “preço” vai aumentar. Se, por outro lado, de uma hora para outra, a tarifa da energia elétrica subir, isso impactará na inflação pois quase todos os produtores vão repassar esse aumento da conta de luz no preço final das suas mercadorias.

Aspectos geopolíticos da intervenção no RJ

Por Marcelo Zero

I- Desde a década de 1980, com intensificação na década de 1990, os governos dos EUA passaram a pressionar os governos da América Latina, no sentido de que as forças armadas da região passassem a atuar em segurança pública, mais especificamente no combate ao narcotráfico, tema muito sensível nas eleições daquele país.

II- Essa pressão obedecia a dois propósitos: em primeiro lugar, auxiliar as forças norte-americanas a reduzir o afluxo de entorpecentes aos EUA e, com isso, aumentar os preço das drogas vendidas naquele mercado, diminuindo, dessa forma, o consumo local.

A família Marinho e a intervenção no Rio

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Um ditado popular bem conhecido por aqui é “nunca cuspa no prato que você comeu”. Digamos que ele é uma maneira bem tosca de dizer que é preciso sempre manter a gratidão para os que te ajudaram. Nos dez mandamentos da Família Marinho, este talvez seja o número 1.

As organizações Globo cresceram de mãos dadas com a ditadura militar. Ela serviu ao projeto de unificação nacional promovido pelos generais do Brasil grande. Foi a correia de transmissão e legitimação do poder autoritário e se beneficiou disso.

Veja, Época e IstoÉ: a mesma capa

Além de Veja, Época e Istoé, a econômica Istoé Dinheiro
também trouxe a propaganda estatal
Da revista CartaCapital:

A última edição de três das quatro principais revistas semanais brasileiras, Veja, Época e IstoÉ, exibem uma interessante coincidência nas capas, tomadas por uma propaganda do governo federal em defesa da reforma da Previdência. A econômica Istoé Dinheiro também foi às bancas com a capa publicitária.

O anúncio mostra a logomarca do governo federal e traz um aviso de que se trata de uma sobrecapa publicitária, mas páginas nas redes sociais que criticam a cobertura da mídia não pouparam a incrível "coincidência". No anúncio, a foto de um menino e o texto "Reforma da Previdência hoje para ele se aposentar amanhã".

As colinas do “general” Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os dias até o final do mês serão esclarecedores sobre os problemas colocados diante dos planos, muito bem desenhados hoje por Bernardo de Mello Franco, em O Globo, de fazer da intervenção federal no Rio de Janeiro, ao dizer que o marqueteiro presidencial pretende, com ela, “deixar os escândalos de corrupção para trás e vender o presidente como um político corajoso.

Como se apontou ontem aqui, ao resolver dedicar o mandato à seu sonho de afirmação, Temer entregou os fatos mais importantes de sua eventual campanha – a economia e a forma da própria intervenção na segurança, inteiramente nas mãos do “mercado” e dos militares.

Cármen Lúcia corre o risco de desaparecer

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O silêncio do Supremo Tribunal Federal sobre o habeas corpus impetrado pela defesa de Lula tornou-se um ponto de passagem da situação política - e já faz parte da lamentável história da construção de um regime de exceção sobre as cinzas da Constituição de 1988.

Pelo regulamento presidencialista do STF, a responsabilidade de pautar a decisão cabe a presidente da casa, a ministra Carmen Lúcia. Desde 9 de janeiro, quando Edson Facchin decidiu que o pedido deveria ir a votos no plenário do Supremo, a ministra mantém um silêncio preocupante sobre o destino do habeas corpus de Lula.

Venezuela é mais democrática que o Brasil

Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual:

O doutor em Ciência Política e professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC) Igor Fuser é direto: “Se é pra falar em democracia, a Venezuela, com todos os seus problemas econômicos, que são terríveis, é um país bem mais democrático que o Brasil”. Analisando a situação atual do país vizinho, que denunciou recentemente um plano de ataque militar para derrubar o governo de Nicolás Maduro, além de sofrer com sanções econômicas e isolamento político, o professor avalia que não há qualquer preocupação externa com a democracia no país, mas sim o desejo dos Estados Unidos de controlar o patrimônio mais precioso dos venezuelanos, o petróleo, e liquidar com sua soberania.

Alckmin deixa Doria ser candidato. Será?

Por Renato Rovai, em seu blog:

Ontem o PSDB de São Paulo aprovou a antecipação das prévias para a escolha da candidatura ao governo do Estado. A mídia tradicional tratou o episódio como uma vitória de João Doria, prefeito da capital, e que estava ameaçando sair do partido se as prévias não fossem realizadas antes do prazo de desincompatibilização dos atuais detentores de cargo público.

O prefeito, se quiser ser candidato, terá de renunciar até o dia 2 de abril. Se as prévias fossem marcadas para depois e ele viesse a perdê-las, teria entregado o cargo para nada.

Do Exército, espera-se um milagre!

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Não se discute o estágio de descalabro a que chegou o poder público no Estado e na cidade do Rio de Janeiro – desgovernados e assaltados por administrações ineptas e corruptas. Muito menos está sob questão a violência urbana, um dos indicadores do caos social, mas que a ele não se cinge. Consabidamente, o Rio de Janeiro vem sendo de longa data governado/assaltado por uma súcia levada ao poder e chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral em sociedade com o então presidente da Assembleia Legislativa, ambos, aliás, atualmente trancafiados.

A mentira da Previdência revelada

Por Paulo Kliass, no site Vermelho:

A sequência cronológica é um tanto antiga. A confirmação do golpeachment remonta a 12 de maio de 2016, quando o Senado Federal votou pela primeira vez a favor do impedimento de Dilma Rousseff. Com isso, ela foi afastada provisoriamente do cargo para o qual havia sido eleita um ano e meio antes. A confirmação veio pouco tempo depois, em 31 de agosto, quando a segunda votação naquela Casa ofereceu a Michel Temer as condições para assumir de forma definitiva o comando do governo.

Intervenção no Rio e guerra contra os pobres

Por Aldo Fornazieri, no site Carta Maior:

Nestas alturas dos acontecimentos todos sabem que a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro é injustificável e que se revestiu de um ato eminentemente político. Injustificável porque o Rio está longe de ser a cidade mais violenta do Brasil, ficando, inclusive, atrás de várias outras capitais. Injustificável, porque durante o Carnaval não houve o propalado surto de violência. Pelo contrário: dos 27 indicadores de violência, 16 caíram em relação ao Carnaval de 2017. O indicador de homicídios, por exemplo, caiu 14,81% e o de roubos teve uma queda de 9,85%. Até mesmo o conservador Estadão fez um duro editorial classificando a intervenção como injustificável em face da ausência de um fato objetivo plausível para aplicá-la. Enquanto isso, os tradicionais representantes da esquerda vacilante, somados à Marina Silva e a Miro Teixeira, a aprovam ou titubeiam na sua condenação.

Estado protege privilégios dos juízes

Por Marcus Ianoni, no site Brasil Debate:

Em uma conjuntura de acirramento do conflito distributivo, de implementação de políticas de austeridade fiscal e no exato momento em que a propaganda governamental pró-reforma da previdência procura denunciar os privilégios em abstrato dos servidores públicos, emergem detalhes sobre regalias de alto custo ao erário, instituídas no Poder Judiciário e no Ministério Público, além das existentes no Legislativo e no Executivo.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Foi do "angorá" a ideia da intervenção no RJ

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Quem deu ao presidente Michel Temer a ideia de botar fogo no circo para tentar a reeleição com seus índices indigentes de popularidade?

Sai a natimorta reforma da Previdência, a impopular obsessão do governo, e entra em seu lugar a intervenção militar no Rio, uma jogada de alto risco que ninguém sabe no que vai dar.

Este cavalo de pau na agenda presidencial só pode ter saído da cabeça de um gênio da estratégia. Quem seria o Golbery de Temer?

Tudo isso tem um nome: candidatura Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Michel Temer e sua turma não vão largar o poder assim facilmente, depois de tê-lo tomado com um golpe de mão parlamentar. Para isso, o que precisar ser feito eles farão, sem a menor hesitação. A intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro e a criação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública são medidas improvisadas, que não foram planejadas e não têm a menor chance de produzir o resultado prometido, a derrota do crime organizado no Rio e a contenção da violência no país. Não importa, não se trata de políticas públicas mas de fazer política com um objetivo central não declarado, a viabilização da candidatura de Temer à reeleição. Objetivos secundários também são atendidos, como a redução do desgaste com a não-votação da reforma previdenciária, derrotada de antemão.

Censura acentua ilegitimidade de Temer

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A censura ao vampiro neoliberalista no desfile das campeãs do carnaval representa novo flerte do golpe com o arbítrio. É uma medida que confirma, uma vez mais, uma possibilidade que não pode ser menosprezada, de evolução autoritária do regime de exceção – caso o judiciário atenda ao governo Temer e conceda ao exército o direito de cumprir mandados coletivos de prisão, busca e apreensão – dirigidos ao povo pobre nas favelas – a escalada arbitrária ganhará forte impulso.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

General ameaçou Tuiuti a mando de Temer

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Nos últimos dias, circularam boatos de que a escola de samba Paraíso do Tuiuti voltaria ao sambódromo carioca com novas críticas políticas para se apresentar no desfile das Campeãs, que começaria no fim da noite de sábado (17) e terminaria na madrugada de domingo (18). Porém, a escola voltou à avenida IRRECONHECÍVEL. Censurou a si mesma e foi censurada pela TV Brasil. O Blog da Cidadania foi investigar esse caso e obteve dados SURPREENDENTES.

Nota do MST sobre a intervenção no RJ

Do site do MST:

O MST recebeu com muita preocupação e condena a intervenção militar no Estado do Rio de Janeiro, instituída pelo presidente golpista, Michel Temer.

A ilegitimidade de Temer e sua fraqueza politica poderiam nos fazer pressupor que se trata de uma ópera bufa. Trata-se, porém, de medida extremamente grave, autoritária e atentatória ao Estado democrático de direito. Novamente, como na ditadura militar, as elites jogam as Forças Armadas contra o povo brasileiro. Reativam o conceito de inimigo interno, ao mesmo tempo em que são totalmente subservientes aos grupos econômicos internacionais, que estão espoliando as nossas riquezas naturais e ameaçam a soberania nacional.

Colômbia, a paz ameaçada

Por Mariana Ghirello, no site Outras Palavras:

No início de janeiro foi anunciada a candidatura oficial à presidência de Rodrigo Londoño – Timochenko – do partido FARC (Fuerza Alternativa Revolucionária del Común), ensaiando os primeiros passos da antiga guerrilha na vida política institucional do país, após o Acordo de Paz assinado em 2016. Mas depois da passagem do candidato por duas cidades (Armênia e Cali), o partido decidiu suspender parte da ação de campanha eleitoral “até que existam as garantias necessárias”.

O último ato da campanha presidencial de Timochenko, em um sindicato na região metropolitana de Cali, no departamento do Valle del Cauca, terminou com feridos e prejuízos financeiros. Uma manifestação convocada pela internet e por candidatos de partidos conservadores resultou em uma chuva de tomates, batatas, ovos, mas também pedras, vidros, paus e bombas caseiras.

Contrato de trabalho X contrato de capital

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

Ainda tenho nos programas de rádio uma importante fonte de conhecimento e diversão. Antes que me acusem de ser um confesso dinossauro, esclareço que gosto de mesclar os diversos saberes quando se trata de colher o conhecimento, não desprezando quaisquer dos meios de comunicação ou mesmo o uso dos sentidos. Aliás, miscigenar as diversas formas de informação é, certamente, o melhor jeito de relativizar o efeito destrutivo causado pelo volúvel, facilmente manipulável e fértil mundo virtual. Não sou daqueles que entendem que a verdade pode ser obtida através do “caminho único”.